Nem só de atrasos e confusões se faz um show do Guns N' Roses.
Depois da conturbada turnê por outras cidades do Brasil, em que houve cancelamento de shows, atrasos e mal-entendimentos, aqui pelos pampas não poderia ocorrer de outro modo. Que o inicio da apresentação das bandas de abertura seria às 19h, isso ninguém levava mesmo fé, mas também não precisavam exagerar ao ponto de as criaturas pisarem no palco às 23h45.
O público que, em grande maioria, chegou na FIERGS por volta das 19h30, enfrentou uma fila de, nada mais, nada menos que um kilometro e meio (até maior em alguns horários) para acessar o local do show. "Respira fundo, neguinho!" Enfim adentro, camiseta do Guns (comprada na fila mesmo, pela bagatela de R$20), bandana na cabeça e muita vontade de assistir aos resquícios da banda que tanto se idolatrou na adolescência, é hora de ir se infiltrando até encontrar um cantinho próximo ao palco, ou onde ao menos se tenha uma visão razoável dele. Passa-se uma hora, e nada do show. Duas horas, e nada do show. Cata-se à unha o tiozinho do isopor, pra tentar matar a sede. Àgua? R$ 6,00, duas por R$10,00 (o copinho, não a garrafa). Começa a bater aquela fome, frio, dor nas pernas por ficar tanto tempo em pé, cheiro de maconha tomando conta. Beleza Pura! E você começa a pensar: "Se eu tivesse ido a um show do Roupa Nova, não aconteceriam essas coisas".
Quando finalmente sobe ao palco o pessoal da Rosa Tattooada, o som é abafado, a multidão vaia. O coitado do Jacques Maciel, muito sem jeito, explica que até 20 minutos antes, a decisão era de que a banda não tocaria. Mesmo assim, os caras bateram pé e subiram ao palco na cara e na coragem pra "passar o recado" de que queriam muito estar ali, tocando pra aquele povo, inclusive sem o guitarrista, que foi substituído. Rolaram três músicas, a muito custo. Quanto à Tequila Baby, nem sinal.
Sebastian Bach entrou meia noite. Primeiro o público ficou meio na defensiva, mas Sebastian mostrou um bom jogo de cintura pra acalmar os ânimos da galera. O cara batia cabelo, girava o microfone no ar e demonstrou um enorme carisma repetindo algumas frases que aprendeu em português: "Estou muito feliz por estar aqui. Desculpem pelo atraso, nosso equipamento foi destruído. Vocês estão prontos para o Guns N'Roses?"
Com quatro horas de atraso, eis que surge o Guns. A partir daí, pode-se dizer que começou o show. Logo de cara, Axl entrou cantando a música que dá nome ao novo álbum da banda, Chinese Democracy, seguida do clássico Welcome To The Jungle. Quem estava, até então, cansado de tanta espera, deixou a dor nas pernas pra lá e pulou e cantou junto os hits que embalaram uma geração. Se por um lado os fãs não demonstraram tanta empolgação com as músicas do novo CD, por outro, fervilharam ao ouvirem sucessos como Sweet Child O' Mine, November Rain, Patience e Paradise City. Axl Rose também esforçou-se ao máximo para corresponder à espectativa do público e, mesmo estando uns kilos acima do desejado e com uns bons anos a mais, correu pelo palco e tentou reproduzir as coreografias dos vídeos-clipe de sucesso da banda nos anos 80/90. Ao cantar uma das últimas canções, um fã atirou aos pés de Axl um boneco de pelúcia do Homer Simpson. Em tom de brincadeira, Axl colocou o boneco dentro da calça e o acariciou como se dissesse : "Gordo é o meu pau!". Outro momento de euforia foi quando o guitarrista DJ Ashba colocou sobre os ombros, como capa, uma bandeira do Rio Grande do Sul, enquanto a multidão gritava "ahhh, eu sou gaúcho!".
Então... como eu dizia... nem só de atrasos e confusões se faz um show do Guns N'Roses.
Depois da conturbada turnê por outras cidades do Brasil, em que houve cancelamento de shows, atrasos e mal-entendimentos, aqui pelos pampas não poderia ocorrer de outro modo. Que o inicio da apresentação das bandas de abertura seria às 19h, isso ninguém levava mesmo fé, mas também não precisavam exagerar ao ponto de as criaturas pisarem no palco às 23h45.
O público que, em grande maioria, chegou na FIERGS por volta das 19h30, enfrentou uma fila de, nada mais, nada menos que um kilometro e meio (até maior em alguns horários) para acessar o local do show. "Respira fundo, neguinho!" Enfim adentro, camiseta do Guns (comprada na fila mesmo, pela bagatela de R$20), bandana na cabeça e muita vontade de assistir aos resquícios da banda que tanto se idolatrou na adolescência, é hora de ir se infiltrando até encontrar um cantinho próximo ao palco, ou onde ao menos se tenha uma visão razoável dele. Passa-se uma hora, e nada do show. Duas horas, e nada do show. Cata-se à unha o tiozinho do isopor, pra tentar matar a sede. Àgua? R$ 6,00, duas por R$10,00 (o copinho, não a garrafa). Começa a bater aquela fome, frio, dor nas pernas por ficar tanto tempo em pé, cheiro de maconha tomando conta. Beleza Pura! E você começa a pensar: "Se eu tivesse ido a um show do Roupa Nova, não aconteceriam essas coisas".
Quando finalmente sobe ao palco o pessoal da Rosa Tattooada, o som é abafado, a multidão vaia. O coitado do Jacques Maciel, muito sem jeito, explica que até 20 minutos antes, a decisão era de que a banda não tocaria. Mesmo assim, os caras bateram pé e subiram ao palco na cara e na coragem pra "passar o recado" de que queriam muito estar ali, tocando pra aquele povo, inclusive sem o guitarrista, que foi substituído. Rolaram três músicas, a muito custo. Quanto à Tequila Baby, nem sinal.
Sebastian Bach entrou meia noite. Primeiro o público ficou meio na defensiva, mas Sebastian mostrou um bom jogo de cintura pra acalmar os ânimos da galera. O cara batia cabelo, girava o microfone no ar e demonstrou um enorme carisma repetindo algumas frases que aprendeu em português: "Estou muito feliz por estar aqui. Desculpem pelo atraso, nosso equipamento foi destruído. Vocês estão prontos para o Guns N'Roses?"
Com quatro horas de atraso, eis que surge o Guns. A partir daí, pode-se dizer que começou o show. Logo de cara, Axl entrou cantando a música que dá nome ao novo álbum da banda, Chinese Democracy, seguida do clássico Welcome To The Jungle. Quem estava, até então, cansado de tanta espera, deixou a dor nas pernas pra lá e pulou e cantou junto os hits que embalaram uma geração. Se por um lado os fãs não demonstraram tanta empolgação com as músicas do novo CD, por outro, fervilharam ao ouvirem sucessos como Sweet Child O' Mine, November Rain, Patience e Paradise City. Axl Rose também esforçou-se ao máximo para corresponder à espectativa do público e, mesmo estando uns kilos acima do desejado e com uns bons anos a mais, correu pelo palco e tentou reproduzir as coreografias dos vídeos-clipe de sucesso da banda nos anos 80/90. Ao cantar uma das últimas canções, um fã atirou aos pés de Axl um boneco de pelúcia do Homer Simpson. Em tom de brincadeira, Axl colocou o boneco dentro da calça e o acariciou como se dissesse : "Gordo é o meu pau!". Outro momento de euforia foi quando o guitarrista DJ Ashba colocou sobre os ombros, como capa, uma bandeira do Rio Grande do Sul, enquanto a multidão gritava "ahhh, eu sou gaúcho!".
Então... como eu dizia... nem só de atrasos e confusões se faz um show do Guns N'Roses.