quinta-feira, 27 de agosto de 2009


Mi pueblo querido!

Já fazem alguns dias que cheguei de viagem. Entretanto, parece que ainda não aterrizei, as idéias pipocando. Perdón pela demora, eis então que divido algo com vocês.
Buenos Aires é, de fato, linda (adjetivo elevado à máxima potência). Cada coisa, uma mais fascinante do que a outra... prédios, monumentos, livrarias, bares, pessoas, etc. Sim, os argentinos são muito bonitos, se vestem elegantemente e usam uns cortes de cabelo estupendos (estilo Chitãozinho e Xororó). Quando saí do Brasil, uma garôa fina caía sobre Porto Alegre, mas por lá os dias foram de sol. Andar de avião foi uma experiência, inicialmente, um tanto conturbada. Tudo aconteceu muito rápido. Decolamos, me encantei com a constatação de que aquele amontoado de ferro podia mesmo voar, e o que é mais impressionante, comigo dentro. Quando dei por conta, estávamos sobrevoando Montevideo e nos preparando para aterrizarmos em solo argentino. Aí é que veio o mal estar, a cabeça a ponto de explodir, me segurei firme na poltrona, minha amiga ria de mim e perguntava se estava tudo bem. Contrariando o que disse minha chefe, andar de avião não é como andar de montanha-russa, mas sim de elevador, só que com efeitos muito mais acentuados.
Chegando lá, uma sensação que não sei nem explicar. Aliás, acho que nosso vocabulário não tem palavras para descrever, nem meio terço daquilo que podemos sentir. E imerso nestes sentimentos não-batizados dei meus primeiros passos em Buenos Aires. Meu espanhol, posso dizer que é quase um português. Mas logo a gente vai descobrindo o nome das coisas e tudo começa a fluir. Se não for assim, é um deus nos acuda, porque os argentinos te estimulam a hablar o tempo todo, oferecendo mercadorias, serviços, etc... uma das primeiras coisas que se aprende a dizer, sem sombra de dúvida, é: "No, Gracias!".
Um dos momentos mais incríveis, foi quando andei sozinho por lá. Foi o único momento em que eu e minha companheira de viagem nos desgrudamos. Ela, cansada, resolveu ir pro hotel. E eu, serelepe, resolvi me aventurar pela noite porteña. Imaginem o que é estar sozinho em uma cidade desconhecida, sem conhecer ninguém, sem nem saber pra que lado é o norte e não entender direito o que as pessoas falam, muito menos elas entenderem o que você diz. Um oceano de possibilidades. Resultou que conheci, primeiro Ariel, um dançarino da Tango encantador, que me fez ver o sol nascer em Buenos Aires e caminhou comigo por lugares inimagináveis, sempre a me olhar e sorrir, achando o máximo meu portunhol. Depois Martin, um super fã de rumba, que dançava melhor até do que a Thalia e era amigo de Celeste, uma niña de olhos verdes pra lá de simpática. Saludos para ustedes!
Agora, aqui no Brasil, fecho os olhos e ainda ouço a sonoridade daquele país, enxergo as pessoas passeando pela avenida 09 de Julho, sinto o cheiro das empanadas... e assim vai ser por muito tempo. Dizem que as sensações de uma viagem ficam gravadas na mémoria de uma pessoa por quase dez anos. Mas nem precisa tanto, logo logo estou de volta.

Me aguardem, meus amigos porteños!

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