sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Palavras de Anita

Neste post, quem escreve aqui no blog é Ana Persia, amiga de tantas andanças...



Como disse certa vez um antigo amor, um dos segredos da felicidade é usar sapatos confortáveis. Eles dão liberdade, levam longe.
Já sabia que isso era mesmo assim faz um tempo, mas ao voltar a Buenos Aires e ter só dois dias para fazer tudo que fosse possível, essa frase caiu como uma luva. Tivemos dois dias e algumas horas para percorrer uma cidade enorme e interessante em cada um de seus cantos. Foi um desafio aos pés e pernas caminhar durante horas, mas um prazer enorme (re) ver uma cidade linda, estar de novo por aquelas ruas, cruzar as esquinas, sentir a atmosfera, escutar, olhar e quase sentir as pessoas tão próximas e tão estrangeiras ao mesmo tempo. Tão diferentes de nós, tão iguais a nós, tão bonitas, tão singulares. Caminhar, só caminhar e se sentir parte da metrópole. Ver de fora e de dentro. Saber que se vai embora, mas que agora se está ali, dentro daquele momento. Sentir uma quase náusea pelo excesso de informações: cartazes, música, cheiros, sabores, vozes, rostos, luzes...
O prazer de reencontrar sensações conhecidas e ver outra pessoa tendo pela primeira vez essas sensações, conhecendo a cidade e se encantando com ela é algo que só se pode ter quando se sente intensamente o ambiente, quando se entra em contato direto com ele. Queríamos muito estar lá, queríamos a companhia um do outro e caminhar pela cidade nos ajudou a descobri-la. Nos deu tempo de contemplar e pensar sobre o que estávamos vendo, nos deu liberdade para virar nas esquinas que escolhemos, tirar as fotos que queríamos, entrar em qualquer lugar a qualquer momento.
Sim, usar sapatos confortáveis é um dos segredos da felicidade. Ou, “caminante no hay camino, se hace el camino al andar”.

Recoleta

Um dos bairros mais lindos de Buenos Aires. Seguem algumas fotos do famoso cemitério, onde estão os restos mortais de Evita Peron. Talvez, o lugar mais tranqüilo e solene que há por lá.




quinta-feira, 27 de agosto de 2009


Mi pueblo querido!

Já fazem alguns dias que cheguei de viagem. Entretanto, parece que ainda não aterrizei, as idéias pipocando. Perdón pela demora, eis então que divido algo com vocês.
Buenos Aires é, de fato, linda (adjetivo elevado à máxima potência). Cada coisa, uma mais fascinante do que a outra... prédios, monumentos, livrarias, bares, pessoas, etc. Sim, os argentinos são muito bonitos, se vestem elegantemente e usam uns cortes de cabelo estupendos (estilo Chitãozinho e Xororó). Quando saí do Brasil, uma garôa fina caía sobre Porto Alegre, mas por lá os dias foram de sol. Andar de avião foi uma experiência, inicialmente, um tanto conturbada. Tudo aconteceu muito rápido. Decolamos, me encantei com a constatação de que aquele amontoado de ferro podia mesmo voar, e o que é mais impressionante, comigo dentro. Quando dei por conta, estávamos sobrevoando Montevideo e nos preparando para aterrizarmos em solo argentino. Aí é que veio o mal estar, a cabeça a ponto de explodir, me segurei firme na poltrona, minha amiga ria de mim e perguntava se estava tudo bem. Contrariando o que disse minha chefe, andar de avião não é como andar de montanha-russa, mas sim de elevador, só que com efeitos muito mais acentuados.
Chegando lá, uma sensação que não sei nem explicar. Aliás, acho que nosso vocabulário não tem palavras para descrever, nem meio terço daquilo que podemos sentir. E imerso nestes sentimentos não-batizados dei meus primeiros passos em Buenos Aires. Meu espanhol, posso dizer que é quase um português. Mas logo a gente vai descobrindo o nome das coisas e tudo começa a fluir. Se não for assim, é um deus nos acuda, porque os argentinos te estimulam a hablar o tempo todo, oferecendo mercadorias, serviços, etc... uma das primeiras coisas que se aprende a dizer, sem sombra de dúvida, é: "No, Gracias!".
Um dos momentos mais incríveis, foi quando andei sozinho por lá. Foi o único momento em que eu e minha companheira de viagem nos desgrudamos. Ela, cansada, resolveu ir pro hotel. E eu, serelepe, resolvi me aventurar pela noite porteña. Imaginem o que é estar sozinho em uma cidade desconhecida, sem conhecer ninguém, sem nem saber pra que lado é o norte e não entender direito o que as pessoas falam, muito menos elas entenderem o que você diz. Um oceano de possibilidades. Resultou que conheci, primeiro Ariel, um dançarino da Tango encantador, que me fez ver o sol nascer em Buenos Aires e caminhou comigo por lugares inimagináveis, sempre a me olhar e sorrir, achando o máximo meu portunhol. Depois Martin, um super fã de rumba, que dançava melhor até do que a Thalia e era amigo de Celeste, uma niña de olhos verdes pra lá de simpática. Saludos para ustedes!
Agora, aqui no Brasil, fecho os olhos e ainda ouço a sonoridade daquele país, enxergo as pessoas passeando pela avenida 09 de Julho, sinto o cheiro das empanadas... e assim vai ser por muito tempo. Dizem que as sensações de uma viagem ficam gravadas na mémoria de uma pessoa por quase dez anos. Mas nem precisa tanto, logo logo estou de volta.

Me aguardem, meus amigos porteños!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009


Só de pensar que daqui a algumas horas estarei em outro país, dá um baita frio na barriga. Sei que a Argentina é logo ali, mas mesmo assim. Bate uma sensação tão estranha, tu começa a olhar pra tudo com outros olhos, como se talvez não fosse voltar, ou se quando voltar, volte sendo outra pessoa, enfim... piração total. Passei horas arrumando a mala, para, no fim, levar meia dúzia de coisas. Abraço no papai, beijinho na mamãe, mil recomendações, encomendas dos amigos, e lá vamos nós. Minha chefe disse que avião é igual montanha-russa. Medo! Mas onde se viu, um agente de viagem que nunca andou de avião. Tsc, tsc, tsc!
Por enquanto é isso, meus camaradinhas. Me desejem sorte! Um grande beijo a todos, e até a volta!


domingo, 16 de agosto de 2009

"Um dia é preciso parar de sonhar e, de algum modo, partir."
Amyr Klink

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

BUENOS AIRES, aí vamos nós!

Pois então, meu povo, com gripe suína e tudo mais, eis que arrumo as malas para conhecer Buenos Aires no final deste mês. Para quem não sabe, trabalho como agente de viagem. Mas como é engraçado ver o outro lado da questão, ser turista. Primeiro vem toda aquela burocracia de acertar a compra do pacote, verificar se está tudo ok com a documentação, etc, etc, etc. Depois de tudo nos conformes, se iniciam os planos pra viagem. A internet é o que há nessas horas. Google Maps daqui, guias dali, baita doideira. Há quem prefira viajar sem programar nada, chegar lá e ver o que rola. Mas isso é fácil quando se tem um tempo maior, quando já se agendou um serviço de City Tour, translado e o escambau... o que não é o caso. Saio do Brasil numa quinta e retorno no domingo (de manhã). Por lá, reservado apenas o hotel. - Aventura! - Lamentações, preocupações e dores de cabeça, à parte, Buenos Aires parece ser lindaaaaaa. Quem nunca se imaginou andando por aquelas ruas, todos aqueles bares, cafés, livrarias. Visitar a Casa Rosada, a Praça de Maio, o Caminito, Calle Florida, Recoleta e tantos outros lugares. Pretendo ainda, fugir um pouco do convencional, ver e fazer coisas diferentes. (Aceito dicas!) Só não dá pra se perder, né. Se bem que, todos os caminhos levam a qualquer lugar. De qualquer forma, devo voltar com bastante coisa pra contar, uma porção de fotografias e meia dúzia de souvenirs. Se trouxer também gripe suína, ao menos será porteña. Chique no último.