domingo, 26 de julho de 2009

Entre tapas e beijos

Prezados, tive de deixar a literatura de lado por um instante para compartilhar este achado com vocês. Podem me chamar de brega ou seja lá o que, mas amei essa banda. Vi os garotos tocando no Altas Horas, entrei no site deles (http://hardnejasertacore.com/), baixei as músicas e, enfim, achei original.

Segue abaixo a matéria que saiu na Zero Hora sobre eles. Não deixem de ouvir, nem que seja apenas para dar uma conferida, tenho certeza de que muitos vão gostar.

Abração!


Banda gaúcha Hardneja Sertacore promove o curioso encontro do rock hardcore com a música sertaneja

Quando Fresno e Chitãozinho & Xororó juntaram as franjas num mesmo palco, no ano passado, não foram poucos os que gritaram “Ahá! Eu sabia que emo era um sertanejo com guitarrinhas nervosas!”. Logo, nada pode ser mais atual que um bando de garotos tatuados, vestidos de preto e influenciados por NOFX pesar a mão para tocar É o Amor. Mas o hit de Zezé Di Camargo & Luciano é só um dos temas revisitados pela banda porto-alegrense Hardneja Sertacore.

Conta o guitarrista Gabriel que tudo começou com uma brincadeira do vocalista, Nigéria, que em 2004 fez uma versão de Pense em Mim, gravada por Leandro & Leonardo. Na etiqueta, escreveu “hardneja”. Tanta gente gostou da fita que foi inevitável escolher novos covers.

– Nós tínhamos mania de ir pro McDonald’s da Silva Só depois de festas, às 4h, tocar música sertaneja. A galera gostava, e aí fomos percebendo quais eram as mais pedidas.

No ano passado, registraram seis faixas e colocar no MySpace da banda (www.myspace.com/hardnejasertacore). Pelo YouTube, circulam mais versões de canções sertanejas. E a mistura, antes levada com certo deboche, encontrou seu filão. Tanto que, quando o Segundo Caderno conversou com o grupo, na última sexta-feira, pegou Nigéria, Gabriel, Lucas (baixista) e Careca (bateria) tomando café em Torres, a caminho de seu primeiro show fora do Rio Grande do Sul, em Criciúma. Nos próximos meses, a agenda da banda contempla cidades de Paraná, Minas Gerais e São Paulo.

E é na capital paulista que o Hardneja Sertacore deverá ficar. Lá, os quatro acreditam que estarão mais próximos dos contatos que faltam para deslanchar de vez. Planejam ainda lançar outra coleção de hits sertanejos – de clássicos ao chamado sertanejo universitário (leia ao lado). Depois, talvez, aprontar músicas próprias. Mas escrever canções sobre dor-de-cotovelo e gritá-las sobre bases pesadas deverá colocar o quarteto no time emo/sertanejo apontado lá no primeiro parágrafo. Ou não?

– Se for mais pro lado sertanejo, de raiz, não seria tanto. Mas, se for pelo lado romântico, sim – avalia o baixista Lucas.

Com ajuda dos universitários

Pergunte para garotos ou garotas que foram ao Planeta Atlântida deste ano sobre seus shows preferidos. Sem medo de errar, bem mais da metade colocará os mineiros Victor & Leo em primeiro lugar. Não à toa, a dupla emplacou o terceiro e o quarto lugares na lista de CDs mais vendidos de 2008 – perdendo apenas para padres cantores – e colocou de vez o tal sertanejo universitário no centro do mercado fonográfico.

Mas os novos queridinhos das moribundas gravadoras não foram os primeiros. O estopim foi aceso por César Menotti & Fabiano, que em 2007 ficaram com a medalha de bronze das vendas de discos e DVDs no país. A partir deles, novas duplas se lançaram sob o rótulo “universitário”, dominando FMs e programas de auditório.

A fórmula pode ser facilmente comprovada analisando os grupos de forró Falamansa e os pagodeiros Inimigos da HP, dois expoentes “universitários” dos seus respectivos gêneros. São garotos bem apessoados e com carisma suficiente para estampar capas de revistas adolescentes, vestindo roupas descoladas (embora quase sempre de gosto duvidoso) e tocando música notoriamente popularesca, embora carregada de apelo pop.

Com os sertanejos aconteceu o mesmo. Além das violas e violões tradicionais, entraram solos de guitarra, naipes de metais elaborados, músicas com coreografias e shows superproduzidos. Tudo para agradar a uma parcela de público com maior poder aquisitivo e sedenta por novidade de qualquer tipo. No caso, os universitários, como atesta César Menotti.

– Quando a gente começou a cantar em Belo Horizonte, numa casa noturna na Zona Sul, os universitários abraçaram o nosso trabalho e foram nossos maiores divulgadores.


Zero Hora, 29 de abril de 2009, por Gustavo Brigatti.

Um comentário:

Rodrigo Paiva disse...

Eu os ouvi no programa Altas Horas na MADRUGADA....
Particularmente achei fraquinha... Animadinha mais não senti muita empolgação em ouvi-los.